sábado, 7 de novembro de 2009

Vinhos: Garrafas, Rótulos, Cápsulas, Rolhas e Saca Rolhas.

  Garrafas:

Alguns vinhos têm garrafas de bojo achatado em forma de um disco e com gargalo curto, alguns outros vêm em garrafas de bojo quase esférico e gargalo alongado, mas, a grande maioria, se apresentam nas duas formas tradicionais de garrafas, a Bordaleza, que é longa, reta e cilíndrica, e de gargalo também longo, e a chamada Borgonhesa, que tem a parte superior cônica sem nenhum ressalto entre o bojo e o gargalo. O ressalto que a bordalesa tem do bojo cilíndrico para o gargalo facilita reter a borra depositada pelo vinho, quando este é servido. A borgonhesa, que não tem esse ressalto, é utilizada para vinhos que não deixarão resíduos. 

O fundo da garrafa pode ser plano ou ter uma reentrância curta ou profunda. Essa cavidade permite um apoio para o polegar, quando se segura a garrafa pela base. Em geral as garrafas desse tipo são utilizadas para vinhos de melhor qualidade, e esse detalhe pode sinalizar um conteúdo de melhor qualidade, em relação ao produto contido nas garrafas de fundo plano.

Algumas garrafas apresentam uma goteira ao redor da boca, supostamente para evitar que gotas do vinho escorram pelo lado de fora do gargalo. Este recurso parece não aparecer nunca nas garrafas dos melhores vinhos.
O rótulo principal, chamado de frente, e o rótulo de trás, este geralmente menor, trazem muitas informações sobre o produto. Do rótulo principal consta o nome do produtor, a uva ou uvas utilizadas, a região de origem e onde o produto foi engarrafado. Se não foi utilizada uma uva específica, mas uma seleção de uvas, essa indicação poderá não aparecer no rótulo principal, ficando para o rótulo de trás. 
FORMAS CLÁSSICAS
Bordalesa

Francesa da região de Bordeaux, com pescoço abrupto
 Renana
 
Alemã da região do rio Reno, mais delgada e mais alta que a borgonhesa
Borgonhesa 

Francesa da região da Borgonha, com pescoço gradual

Champagne
 
Francesa da região do famoso vinho espumante, mais alta e mais robusta que a borgonhesa
FORMA FANTASIA
Qualquer modelo diferente dos quatro modelos clássicos acima
Alsaciana

Da Alsácia, região francesa, é semelhante à renana, porém mais alta e mais delgada.
Do Porto


Portuguesa, semelhante à bordalesa, porém geralmente mais baixa e de linhas mais retas e com vidro mais escuro.
Franconia

Alemã, da região de Franken, é denominada bocksbeutel, possui corpo achatado no eixo antero-posterior e bojudo na base.
Do Chianti


Italiana, da região da Toscana, é denominada fiasco, bojuda na base e revestida de palha externamente, tradição antiga para reforçar as garrafas contra quebra.
Do Jerez


Espanhola, semelhante à do Porto, porém geralmente mais alta.
Do Verdicchio
 
Italiana, da região de Marches, possui forma semelhante a um violão ou um peixe.
CAPACIDADE
Garrafa comum: 750 ml
Meia-garrafa: 375 ml
Miniatura: 175 ml (alguma são de 160 ml)
Magnum: 1,5 litro (2 garrafas)

Tamanhos de garrafas dos Champagnes
Jeroboam: 3 lit. (4 garrafas)
Methuselah ou Imperial: 6 lit. (8 garrafas)
Balthazar: 12 lit. (16 garrafas)
Rehoboam: 4,5 lit. (6 garrafas).
Salmanazar: 9 lit. (12 garrafas)
Nebuchadnezzar: 20 lit. (26 garrafas)
  Rótulos


O rótulo secundário ou de trás conterá mais detalhes sobre o fabricante e o endereço do importador, quando for o caso. Informará também sobre as uvas utilizadas, o aditivo para conservação do vinho, se algum tiver sido empregado.
NO VINHO NACIONAL


Marca: infelizmente, predomina o estrangeirismo
Tipo: tinto, branco e rosado (rosé)
Classe: de mesa, de mesa fino, espumante e licoroso
Uva: a legislação brasileira permite o mínimo de 85% da variedade de uva declarada nos vinhos varietais
Teor alcoólico: 11 a 13%
Teor de açúcar: seco (< 5 g/l ); demi-sec ( 5-20 g/l ); suave ( >20 g/l ). 

Nos espumantes são permitidos teores maiores

Safra: é permitido o mínimo de 60% da safra declarada
Conteúdo: em milílitros ( ml )
Produtor e engarrafador: nome e endereço
Registro no Ministério da Agricultura (número)
Numeração: utilizada por alguns produtores em vinhos selecionados ou reservas especiais (número para garrafas, lotes e total do lote)
NO VINHO IMPORTADO

A grosso modo, possui os mesmos ítens do rótulo nacional, diferindo em teores (açúcar, álcool, % da uva nos varietais, etc.)
Contem ainda outras informações, específicas da legislação vinícola de cada país, como por exemplo:
França: Vin de Table, Vin de Pays, Vin Délimité de Qualité Superieur (VDQS) e Apellation de Origine Contrôllé (AOC). Existem, também, as classificações específicas de determinadas regiões, como os Supérieur, Premières Crus, os Deuxièmes Crus, os Crus Bourgeois, etc. de Bordeaux, os Crus e Grand Crus da Bourgougne, os Villages de Beujolais e Rhône.
Itália: Vino de Távola (VdT), Vino Tipico (IGT,de Indicazione Geografica Tipica), Denominazione di Origine Controllata (DOC), Denominazione di Origine Controllata e Garantita (DOCG). Encontram-se, ainda, os tipos: Novello, Classico, Superiore e Riserva (Vecchio).

Espanha: Vino de Mesa, Vino de la Tierra, Denominacíon de Origen (DO), Denominacíon de Origen Calificada (DOC). Quanto ao envelhecimento os vinhos são classificados em Vino de Crianza, Vino Reserva e Gran Reserva.
Portugal: Vinho de Mesa, Vinho Regional, Vinho de Qualidade Produzido em Região Demarcada (VQPRD), Vinhos de Origem Controlada (DOC). Existem, também, os tipos Garrafeira e Reserva.
Alemanha: Tafelwein, Landwein, Qualitätswein bestimmter Anbaugebiete (QbA), Qualitätswein mit Prädikat (QmP), Kabinett, Spätlese, Auslese, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese e Eiswein. Há ainda a região (Gebiete), a subregião (Bereich), um grupo de vinhedos (Großlage) e um vinhedo específico (Einzellage).
Devido à complexidade do tema, aconselhamos a consulta em literatura especializada para a compreensão do significado dessas denominações.

A CÁPSULA

De chumbo

Geralmente utilizada nos vinhos finos melhores
Maior proteção e melhor aparência
Mais caras e têm risco de contaminação

De alupoli

Geralmente usadas em vinhos de segunda linha
Mais baratas e boa aparência

De plástico

Geralmente usadas em vinhos de mesa
Custo mais baixo que as anteriores
Sofre retração com calor



A importância da rolha
A cortiça, matéria-prima da rolha, é um tecido vegetal, compressivo e elástico, proveniente da casca do sobreiro, árvore encontrada principalmente em Portugal e na Espanha. 

Como qualquer outro produto, a rolha é desenvolvida em diversos níveis de qualidade e preços proporcionais. Na prática, quanto melhor o vinho, melhor a qualidade, maior o comprimento e mais informações ela contém.
Ao contrário do rótulo, sujeito a controle legal rigoroso com relação às informações nele impressas, as rolhas não. Num grande Bordeaux, por exemplo, na rolha estão impressos o nome do vinho, a região e até a safra. Nos vinhos comuns, encontra-se normalmente apenas o nome da região ou local onde foi engarrafado. Já no Champagne, a qualidade da rolha é fundamental. O formato de cogumelo é criado quando a rolha é inserida na garrafa. A parte que fica em contato com o vinho é constituída de camadas laminadas superpostas; o cogumelo é feito de fragmentos colados.

A rolha é na quase totalidade dos vinhos feita de cortiça, sendo poucas as marcas que utilizam rolhas de material plástico que imita a cortiça. Com certeza os fabricantes de bons vinhos preferirá para estes o tipo tradicional, de cortiça.
A cortiça para as rolhas é produzida em Portugal. Ela é a casca do sobreiro, uma manta tão grossa quanto o comprimento de uma rolha., e que essa árvore renova a cada nove anos.

A rolha tem impresso o nome do fabricante, possivelmente as armas da família, e alguns códigos. Uma das coisas a examinar na rolha é a correspondência dos dizeres desta com os rótulos pois, no caso de vinhos caros, a garrafa rotulada poderá ser reutilizada para um vinho barato em uma falsificação grosseira, mas a rolha, inutilizada da primeira vez que foi sacada da garrafa, teria que ser substituída. Por esse motivo o garçom deve remover a ponta da capa do gargalo e abrir a garrafa na presença do cliente.
Um problema com a rolha de cortiça é que elas ressecam, perdem a aderência ao gargalo, e como resultado o ar penetra na garrafa oxidando e inutilizando o vinho. Por esse motivo as garrafas não podem ser guardados em posição vertical, nas adegas. Porém as rolhas também reagem com o vinho e podem passar gosto de cortiça para o líquido, quando a garrafa é guardada por muito tempo na posição inclinada. 

Ao comprar uma garrafa de vinho é conveniente fazer pressão com o polegar sobre a rolha, para ver se ela está firmemente presa, ou se resvala alguns milímetros para dentro da garrafa, sinal de que a oxidação do vinho com certeza já aconteceu.
As fissuras das rolhas, se a capa de estanho ou alumínio não está bem ajustada, vai abrigar microorganismos principalmente os fungos, responsáveis pela contaminação que dá ao vinho gosto de terra, ou de rolha (que pode ser confundido com cheiro semelhante provocado por fungos alojados na rolha).

ORIGEM: Casca do sobreiro
O SOBREIRO: Quercus suber
Árvore de grande porte ( altura de até mais de 20 m) .
Período de vida de cerca de 150 anos
A primeira extração da casca é feita por volta dos 20 anos .
Cerca de 12 de extrações produtivas
Extrações seguintes feitas em torno de 10 em 10 anos .
Adequada para rolhas só a partir da 3a extração

PAÍSES PRODUTORES: Portugal > Espanha > Argélia
DIMENSÕES USUAIS:
Diâmetro: 24 mm. O gargalo da garrafa tem 18mm
Comprimento: de 38 a 44 mm
Nas meias garrafas: 32 mm
Nos espumantes: 38-40 mm
Nos vinhos de guarda: mínimo de 40mm
Nos espumantes: 48-50 mm

IMPORTÂNCIA NA CONSERVAÇÃO:
Impermeabilidade, elasticidade, resistência, durabilidade.

PRINCIPAIS DEFEITOS:
Gosto e vazamentos


Para abrir a garrafa

A garrafa de vinho deve ser aberta da forma mais simples possível, utilizando um saca-rolhas correto. Existem diversos modelos no mercado, porém somente alguns têm essa qualidade. Dezenas de engenhosos dispositivos já foram inventados para reduzir a força de extração da rolha, ou simplesmente para chamar a atenção pelo exotismo. 

Saca-rolhas recomendados
Os recomendados são aqueles que possuem espirais bem espaçadas e extremidade pontiaguda. Devem permitir a penetração na rolha em posição perfeitamente vertical, causando o menor dano possível. A espiral precisa ter pelo menos 7 cm de comprimento para prender com segurança as longas rolhas dos grandes vinhos.


Screwpull - O modelo denominado "screwpull" é um dos mais eficientes, pois além de preencher essas condições oferece pouca resistência para extrair a rolha.

Sommelier - Nos restaurantes, o saca-rolhas "sommelier" é o mais utilizado. Tem a vantagem de incorporar uma lâmina para cortar a cápsula. Porém, rolhas muito longas são arqueadas quase ao ponto de ruptura.

É preciso muita prática para evitar que isso ocorra. Uma forma curiosa de desarrolhar vinhos do Porto antigos é utilizar uma tenaz aquecida ao rubro, que corta o gargalo abaixo da rolha. Na prática, não deixa também de ser um saca-rolhas.



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