domingo, 17 de janeiro de 2010

Bordeaux


Um pouco de História
Esta paixão dos ingleses pelos vinhos da região é bastante antiga e suas raízes estão fincadas em 1152, quando Henri Plantagenêt, Duque da Normandia e Conde D´Anjou (e futuro Rei da Inglaterra com o nome de Henrique II), casou-se com Eleonor de Aquitânia. Até então a Aquitania era um ducado independente, mas através do primeiro casamento de Eleonor com Luis VII, a região passou para seu domínio particular e posteriormente para o domínio dos ingleses.

Os reis franceses jamais se recupe-raram da perda da Aquitânia. O filho de Henrique II e Eleonor, Ricardo I, também conhecido como Ricardo Coração de Leão, passou grande parte de sua vida em Bordeaux. Seu irmão sucedeu-lhe e favoreceu os cidadãos de Bordeaux com benefícios fiscais para exportação do vinho para a Inglaterra e fornecimento de alimentos para suas tropas que lutavam na França. Isto permitiu o enriquecimento de várias famílias de negociantes que criaram uma Ïrota do Vinho%D com 900 navios, que mantinha o comércio com a Inglaterra extremamente ativo (chegavam a transportar 84.000 tonéis/ano).

Os vinhedos tomaram uma superfície incrível para os padrões da época, cerca de 100.000 hectares, e praticamente tornaram-se a principal atividade econômica de todos, do mais humilde ao mais rico. Em 1453, os franceses obtiveram uma expressiva vitória em Castillon, na Dordonha, pondo fim à Guerra dos Cem Anos, e confirmaram os privilégios dos negociantes de vinho de Bordeaux, não só permitindo que eles continuassem a cuidar de seus negócios como tendo seu próprio parlamento, criando o que se poderia dizer, a primeira classe de burgueses. Nesta época o vinho raramente era tinto, podia ser claro, sobretudo um rosado ou tinto pálido, produzido para consumo rápido, sob pena de tornar-se vinagre.

No entanto, a fama da região, como boa produtora de vinhos remonta ao período do domínio romano, quando os vinhedos já eram trabalhados sob certas normas focadas na qualidade e envelhecimento dos produtos, citados por escritores famosos como Columella, Plínio e Ausone (que deu nome ao Chateau Ausone). 



A região de  Bordeaux

Bordeaux é reconhecida como uma das melhores regiões produtoras de vinho do mundo.

A região, situada no sudoeste da França, produz quase todos os seus vinhos com origem controlada - Appellation d'Origine Contrôlée (AOC), sendo o maior produtor da França de vinhos com origem controlada (AOC). Representa 1.5% do total de área plantada no mundo inteiroe seus vinhos tintos somam 88% da produção.

Bordeaux fica no paralelo 45, próxima do Oceano Atlântico, e é aquecida pela Corrente do Golfo que protege seus vinhedos dos frios invernos. As primaveras são quentes e úmidas, mas pelo fato de estar próxima ao Atlântico, o tempo é imprevisível, especialmente durante o período crucial da maturação das uvas em junho.



 Os verões são quentes com temporais freqüentes em agosto, mas a floresta de pinheiros no oeste da região ajuda a reduzir as temperaturas e a proteger os vinhedos dos fortes ventos da Baía de Bicay. O período de colheita começa no início de setembro e vai até a metade de outubro, dependendo da variedade da uva. À medida que o outono se aproxima, a chuva torna-se uma ameaça durante esse período.

AOC Bordeaux, é o Bordeaux básico elaborado com uvas de qualquer parte da região de Bordeaux, seguindo as normas da AOC, e que não tenha sido agraciado com alguma outra classificação especifica. Devem ter um rendimento máximo de 55 hectolitros por hectare e entre 10 e 13º de teor alcoólico. Alguns vinhos de boa qualidade com preços relativamente acessíveis que devem ser tomados relativamente jovens, entre três a quatro anos.

AOC Bordeaux Superieur, é a classificação um degrau acima, que cobre vinhos da mesma região, mas com maior exigência de qualidade, com redução no rendimento máximo para 50 hectolitros por hectare, mesma norma de teor de álcool e exigência de envelhecer por pelo menos 9 meses antes de ser colocado no mercado. Vinhos, normalmente, de maior qualidade, mais estruturados e concentrados, fechados quando jovens podendo ser guardados por cerca de 6 a 7 anos. Vinhos de bons a ótimos com uma enorme variação de preços, mas que ainda dá para bancar.

AOC Regional, gera vinhos normalmente melhores que o Bordeaux Superieur. Por exemplo, um vinho que contenha no rótulo a indicação de Appellation MEDOC Controllée, ou simplesmente Medoc e a denominação Appellation d’Origen Controllée  abaixo, será como um Bordeaux básico, porém produzido dentro das normas do Medoc com uvas de qualquer parte daquela região especifica que, tradicionalmente são bem mais rigidas que a genérica. Estes são os principais sistemas de classificação de AOC’s Regionais com sua escala de qualidade:

        No Medoc, sistema Cru Bourgeois de 2003 em que foram auditados 490 chateaus e classificados 247 em ordem de qualidade baseado no terroir, vinificação e outros quesitos técnicos. Ou seja, se você vir um rótulo em que conste Cru Bourgeois, já saberá que; este vinho é produzido no Medoc, que fica na margem esquerda e, conseqüentemente, tem como cepa preponderante a Cabernet Sauvignon.

  • Cru Bourgueois Excepcionnel – 9 Chateaus
  • Cru Bourgeois Superieur – 87 Chateaus
  • Cru Bourgeois – 151 Chateaus

    Existe também uma nova classificação criada por Decreto Ministerial em Janeiro de 2006, chamada "Crus Artisans" que contempla 44 vinícolas familiares que cuidam de tudo, desde o plantio, passando pela vinificação até à venda de seus próprios vinhos.
                 Em Graves, somente um nível de classificação, Cru Classé dividido por produtores de excelência produtores de tintos, brancos e aqueles que produzem ambos.
    • Tintos – 7 Chateaus
    • Branco – 3 Chateaus
    • Tintos & Brancos – 6 Chateaus



                     Saint Emilion, depois da revisão de 2006, 61 vinhos foram classificados como Cru Classé, mas numa metodologia diferente da usada em Graves. Aqui se dividiram como segue:
      • Premier Grand Cru Classé A – 2 Chateaus
      • Premier Grand Cru Classé B – 14 Chateaus
      • Grand Cru Classé – 47 Chateaus

      Nestes segmentos de vinhos classificados nas normas especificas de AOC’s Regionais e Comunais, o vinho melhora bastante e os preços aumentam consideravelmente. Dependendo da classificação dentro da AOC, são vinho para poucos, pois os do topo da pirâmide rivalizam, em preço e qualidade, com os da Classificação de 1855.

       AOC Comunal, é quando dentro de uma região de AOC, uma cidade ou vinhedo especifico é AOC, por exemplo Margaux (Medoc) e Montagne (St. Emilion) entre outros. Nem todos são excepcionais, muitos se aproveitam da fama de seus vizinhos bem classificados e da reputação que estes trouxeram para a comuna, mas na maioria são vinhos de boa para ótima qualidade.

      Classificação de 1855, crém de la crém da produção mundial, são uma classe especial de vinhos que se encontram na elite das elites, custam uma fortuna e poucos lhe têm acesso. São um total de 61 vinhos tintos e 27 brancos, divididos em 5 níveis, chamados de Crus, sendo que no topo da pirâmide, Premier Crus,  estão os Chateaus; Haut-Brion, Latour, Margaux, Lafite Rotschild e Mouton Rotschild tendo este ultimo entrado neste “clube” na única revisão efetuada em 1973. Todos estão situados em AOCs da margem esquerda, fundamentalmente nas AOC regionais de Medoc e Graves. Nos brancos são somente 3 níveis, e o único Premier Cru Superieur, sozinho no topo, é o famoso Chateau D’Yquem. Todos ficam situados nas AOCs de Sautern e Barsac. São vinhos para tomar com mais de 8 anos e por mais 20, 30 ou 40, quando não mais.

                  Aí você me pergunta, e o Chateau Petrus, um dos vinhos mais caros do mundo, como ele se encaixa nessas classificações? Esta vinícola está situada na AOC Pomerol, que não tem nenhuma classificação especifica então ele é, “simplesmente” um AOC Pomerol. Na prática, é considerado como um sexto Premier Cru, um verdadeiro ícone no mundo do vinho. Ou seja, tudo isso para que você tenha uma idéia do que é o mundo de Bordeaux. Os grandes experts de vinhos de Bordeaux, são pessoas altamente qualificadas, com décadas de estudos e que vivenciam esse mundo quase que diariamente. Arrisco dizer, que é um culto, um projeto de vida!
                  Para finalizar, eis uma lista das grandes safras de Bordeaux nos últimos 15 anos. Marcado com um asterisco as consideradas excepcionais. – 90*, 95, 96*, 98, 00*, 01, 03*, 04 e 05*.


      Sub-Regiões de Bordeaux
      Os distritos de Haut-Médoc, na margem esquerda do rio, recebem sol pela manhã, possuem solos profundos e muito permeáveis, compostos de areia, cascalho e calcário, se por um lado considerados pobres; são ideais para a vinha, em especial Cabernet Sauvignon. Os Distritos de Haut-Médoc mais conhecidos são:
      - Margaux : em geral vinhos mais macios e elegantes, considerados "femininos".
      - Saint-Julien : vinhos que podem ser bebidos jovens, ou deixados envelhecer.
      - Pauillac : Latour, Lafite-Rothschild e Mouton-Rothschild ... prestígio à toda prova, com sabores singulares e excelente potencial de guarda.
      - Saint-Estèphe : vinhos muito robustos, que estão sendo abrandados com cortes de Merlot, mais frutado e macio que a Cabernet Sauvignon. 


      Já a região de Graves, (cascalho em francês é gravier), aos sul do Médoc é excelente produtora de vinhos brancos, se bem que eles mantém um caráter "cascalhoso - mineral" no paladar. O distrito de Pessac-Leognan produz alguns dos brancos secos mais famosos do mundo, refrescantes, revigorantes e deliciosos quando jovens. Com o tempo adquirem complexidade e riqueza.

      A região de Saint-Emilion fica na margem direita do Rio Dordonha, quase à leste de Bordeaux, com uma vila medieval formidável. Divide-se em duas partes: Côtes (encostas ao sul da vila, com uma fina camada de solos argilosos e calcário, sobre um estrato de cascalho, perfeitas para o plantio de Merlot e Cabernet Franc ) e Graves a oeste da vila, com solos profundos e pedregulhosos, com alguma areia e argila, (ideal para a Cabernet Sauvignon ). 

      Os vinhos de Côtes são coloridos, perfumados e com corpo médio, exibindo geralmente complexidade tânica. Mesmo envelhecendo bem, podem ser bebidos mais cedo do que os vinhos do Médoc e Graves. Os Graves de Saint-Emilion parecem com os vizinhos Pomerol, com uma frutuosidade marcante, podendo ser bebidos desde jovens.



      O Pomerol fica ao norte de Saint-Emilion, sendo a menor denominação de Bordeaux, e onde os padrões de viticultura são os mais elevados, mesmo quando se trata de pequenos produtores.
      As uvas tintas permitidas na produção dos vinhos são a Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot. As castas brancas são a Sauvignon Blanc, Semillon e Muscadelle. 




      A zona de produção de Bordeaux é formada pelos seguintes departamentos: Médoc, Graves, Sauternes, Entre-Deux-Mers, Saint Emillion, Pomerol, Lalande-de-Pomerol, Fronsac e Cânon-Fronsac, Côtes de Castillon de Franc, de Bourg e de Blaye. 

      A sub-região do Médoc, Haut Médoc, concentra 60 Grand Crús. Os grandes vinhos com o Chateau Haut-Brion, Chateau Lafite Rothschild, Chateau Latour, Chateau Mouton Rothschild , Chateau D%9Yquem, considerados entre os melhores do mundo, provém da região de Bordeaux. São vinhos de guarda com alta concentração de aromas e sabores que encantam o mundo e passaram a ser sinônimo de vinhos "supremos" em todo mundo.




       Vinhos de Bordeaus




      Fleur de Luze 2007



      Região: BORDEAUX, França
      Castas: Sauvignon Blanc  

                 

      Chateau Pavie 2001



      produzido por Château Pavie
      Região: BORDEAUX, França
      Castas: Merlot 80%, Cabernet Sauvignon 12%, Cabernet Franc 8%




      Saint Emilion Grand Cru 2003






      Região: BORDEAUX, França
      Castas:





      Trois Mouline Sauvignon Blanc 2008






      Tipo: Vinho Branco
      Região: BORDEAUX, França
      Castas: Sauvignon Blanc




      Château Tour Chapoux Bordeaux Supériere 2006





      Região: BORDEAUX, França
      Castas: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc              

            

      Chateau de Chavrignac 2006



      Região: BORDEAUX, França
      Castas:



      Chateau Lagrugere 2005







      Região: BORDEAUX, França
      Castas:




      Cantemerle, Haut-Médoc 2006



      Produzido por: Chateau Cantermerle

      Região: BORDEAUX, França
      Castas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Petite Verdot    

      Richaumont Bordeaux AOC 2005



      Produzido por: Societe Prodis Maison Johanes Boubee     
      Região: BORDEAUX, França
      Castas:


      La Chapelle Saint-Vincent Bordeaux AOC 2003



      Produzido por: Maison Ginestet


      Região: BORDEAUX, França
      Castas:



      Chateau la Grande Clotte Bordeaux Blanc 2005




      Região: BORDEAUX, França
      Castas:

      sábado, 16 de janeiro de 2010

      Alsace


      Um pedaço da Alemanha dentro da França. É assim que podemos traduzir o que se vê e o que se sente na Alsácia. A arquitetura, os pratos típicos, as festas, o vinho e a cerveja e até o sotaque dos alsacianos, dão a impressão de que são alemães falando em francês.

      A Alsácia tem uma superfície de 8 280 km², sendo a menor região da França metropolitana. Seu comprimento é de aproximadamente quatro vezes sua largura, estendendo-se sobre umaplanície entre o rio Reno a leste e as montanhas dos Vosges a oeste.

      Ela engloba os departamentos (départements) do Haut-Rhin (Alto Reno), ao sul, e Bas-Rhin (Baixo Reno), ao  norte. Tem fronteiras com a Alemanha ao norte e ao leste, com a Suíça e a região francesa de Franche-Comté ao sul e com a região francesa da Lorena (Lorraine) ao oeste.
      Possui diversas florestas, principalmente nos Vosges e no Bas-Rhin (floresta de Haguenau). Diversos vales também embelezam a região. Seu ponto culminante é o Grandd Ballon, ou Ballon de guebwiller no Haut-Rhin, que culmina a 1424 m.

      A Alsácia possui a constituição geológica mais complexa de todas as grandes regiões produtoras da França. As três principais áreas, baseado em sua estrutura e morfologia são: a borda de silício dos Vosges, as colinas de calcário e os solos de aluvião da planície. 

      Os solos dos Vosges incluem colluvium (terras trazidas pelas chuvas que caem sobre as encostas), areia fértil sobre base de granito, solos de argila e pedras sobre xisto, solos férteis variados sobre rocha sedimentar de origem vulcânica e finalmente os solos pobres e leves, de areia sobre pedregulho arenoso. 
      Nas colinas, encontramos solos pedregosos, marrons, alcalinos e secos, sobre base de calcário; solos marrons e arenosos sobre pedregulho arenoso e calcário; solos pesados e férteis sobre argila e calcário e solos alcalinos marrons sobre giz e marla. Nas planícies o solo de aluvião (trazido pelos rios) é composto de areia, argila e pedregulhos, além de um solo composto por um material poroso, marrom e pobre em cálcio, sobre o qual, em alguns lugares se deposita um escuro solo calcário.

      Os vinhedos estão situados nas encostas do Vosges, com orientação leste, a altitudes relativamente elevadas, entre 180 a 360 metros, com inclinações que variam entre 25o nas encostas mais baixas e 65o nas mais elevadas. Os melhores vinhedos possuem uma orientação sul ou sudeste, porém existem excelentes propriedades nas encostas voltadas para o norte e nordeste. Na década de 70, o excesso de cultivo nas férteis regiões planas deram origem a problemas decorrentes da superprodução de uvas. Entretanto, alguns vinhedos destas regiões planas dão origem a vinhos de muito boa qualidade, devido à constituição favorável do solo.

      A Alsácia tem um clima subcontinental com invernos frios e secos e verões quentes. Há pouca precipitação pluviométrica devido à proteção dos Vosges a oeste. A cidade de Colmar tem um microclima ensolarado: é a segunda cidade mais seca da França (depois de Perpignan), com uma precipitação anual de somente 550 mm, tornando-a ideal para o vinho da Alsacia (vin d'Alsace).
      Situa-se na região nordeste, entre as cidades de Strasbourg, ao norte, e Moulhouse, ao sul, na fronteira com a Alemanha, da qual é separada pelo rio Reno (Rhin), que faz a divisa entre os dois países. É uma região muito peculiar, histórica e enologicamente, pois foi território alemão por várias vezes, nos séculos X, XVII, XIX e XX. 

      Os vinhedos da Alsácia são protegidos plenamente da influência do Atlântico pelas Montanhas de Vosges, recebendo uma excepcional insolação, com baixíssima taxa de precipitação pluvial. Isto se deve ao fato das nuvens de chuva descarregarem seu conteúdo na face oeste dos Vosges, na medida em que vão alcançando maiores altitudes.

      Ao contrário das outras regiões vinícolas da França, a Alsácia não possui uma classificação com divisões em sub-regiões ou locais de produção ("château", "climat", etc.) e só existe uma A.O.C. geral, Alsace.

      Outra grande diferença é que os vinhos alsacianos em sua maioria absoluta são varietais, isto é, são elaborados com um só tipo de uva, com predomínio absoluto das brancas. A Pinot Noir é praticamente a única variedade tinta e dá bons tintos e rosés. Existem, ainda, outras poucas variedades não típicas da região como Chardonnay, Auxerrois e outras.

      Viticultura e Vinificação

      O sistema de condução dos vinhedos os mantém mais elevados, evitando a proximidade com o solo congelado na época da primavera. Habitualmente os vinhos são fermentados até o máximo consumo possível do açúcar, apesar de atualmente muitos vinhos não serem tão secos como costumavam ser, pois houve uma drástica redução na quantidade de uvas de cada colheita nos últimos dez anos, com o objetivo de se conseguir os elevados níveis de açúcar exigidos para a produção de vinhos "Vendage Tardive" e "Sélection de Grains Nobles".

      As principais variedades de uvas cultivadas na Alsácia são as germânicas Riesling e Gewürztraminer, a francesa Pinot Gris e a exótica Moscatel, em suas quatro principais variedades, entre elas as Moscatel branca e rosé "à petit grains" e a Moscatel "otonell". Também encontramos a Sylvaner, a Pinot Noir, a Pinot Blanc, a Auxerrois e a Chasselas. Deve-se ressaltar que na Alsácia, a Gewürztraminer e a Pinot Gris (que é uma uva neutra em todas as outras regiões), assumem um caráter decididamente "spicy" (picante, pungente e com toques de especiarias).

      Muito pouco vinho tinto, particularmente de Pinot Noir, é produzido na Alsácia, sendo brancos 90% dos vinhos produzidos na região. Tradicionalmente, a produção de vinhos na Alsácia é de vinhos brancos secos, bastante frutados, apesar dos vinhos produzidos c om a Gewürztraminer serem menos secos do que os produzidos com as demais varietais. Com a introdução dos vinhos "Vendage Tardive" e "Sélection de Grains Nobles" e com a deliberada redução das quantidades de uvas colhidas, buscando um maior teor de açúcar, mesmo os "cuvées" mais básicos acabaram se tornando muito ricos para a produção de um vinho verdadeiramente seco. Em vista disso, a tendência à produção de vinhos não verdadeiramente secos (off-dry) vem se espalhando para todas as outras varietais. 


      Os Grand Crus da Alsácia
      A legislação que instituiu os "grands crus" na Alsácia data de 1975, porém somente em 1983 é que surgiu a primeira relação de 25 vinhedos classificados como "grand cru". Três anos mais tarde, 25 novos vinhedos entraram na lista, totalizando 50 "grands crus", apesar deste número ser alvo de intensa controvérsia, não apenas por excluir um dos mais famosos e conceituados vinhedos da Alsácia, um verdadeiro e reconhecido "grand cru", o grandioso Kaefferkopf, em Ammerschwihr. 


      Embora a longo prazo deva trazer benefícios aos consumidores, o fato da legislação restringir o uso da denominação "grand cru" aos vinhos 100% varietais das quatro principais uvas, a saber, Gewürztraminer, Riesling, Pinot Gris e Moscatel, certamente irá inibir o plantio e o desenvolvimento das outras varietais, privando o mercado de uma gama maior de vinhos de alta qualidade.



       Dados de produção da Alsace


       Variedades Tintas: 
      Pinot noir (6,5%)



      Variedades Brancas:   
      Riesling (21%), 




      Sylvaner (20%), 





      Gewürztraminer (20%), 


      Pinot Blanc (19%),




      Tokay d’Alsace ou Pinot Gris (5%), 



      Muscat (3%), 



      Gutedel ou Chasselas (2,5%) 



      Klevner ou Traminer (1%).


      Principais Produtores

      Domaine Zind-Humbretch,

      Domaine Weinbach,

      E.F.Trimbach,


      Marcel Deiss,

      Albert Mann,

      Dopff au Moulin,

      Hugel & Fils,

      Kuentz-Bas,

      Bruno Sorg,

      Paul Blanck,

      entre outros.