sábado, 7 de novembro de 2009

Adegas e Armazenamento de Vinhos


Vinho é mais do que uma simples bebida. Os vinhos evoluem com o tempo, passando por transformações químicas e biológicas que modificam diretamente sua cor, aroma e sabor.
Dependendo da forma na qual o vinho é armazenado, ele pode melhorar sua qualidade, num processo que conhecemos como envelhecimento. Mas esse tempo de envelhecimento tem certamente um término, ou seja: os vinhos também perdem suas melhores características e morrem.

Do mesmo modo é impossível prever o tempo de vida de um vinho, mas é quase que um consenso geral entre os enólogos, que antes do envelhecimento de um vinho a etapa que a precede é a de amadurecimento.
Não que vinhos mais jovens não sejam bons, como exemplo podemos citar o vinho Lambrusco, frizante, que quanto mais jovem, mehor para ser apreciado, mas é na etapa do amadurecimento que os vinhos mais jovens perdem suas características mais agressivas de sabor, e se tornam mais harmônicos
Como “montar” sua adega caseira

A imagem de garrafas empoeiradas, teias de aranha, e cheiro de mofo, são dignas de filmes e normalmente para nossos padrões de clima tropical isso não se aplica, graças a constante variação de temperatura, e certamente eu não aconselharia ao leitor que transforme um cômodo de sua residência em cenário de cinema…
O local onde você armazenará seus exemplares, não deve sofrer mudanças bruscas de temperatura, e é aconselhável que a mesma fique na faixa entre 12 e 20 graus. Local escuro e com boa umidade também fazem parte desse armazenamento, já que a luz, pode interferir na maturação do vinho e até deteriorar suas propriedades biológicas.
Garrafas deitadas e de preferência levemente inclinadas em direção a rolha fazem o complemento de cuidados necessários para se armazenar um vinho por um bom tempo.

Temperatura
A temperatura é tema comum em obras que tratam sobre o vinho. Em tese, a temperatura entre 8 e 18 ou até 20 graus centígrados deve ser mantida. O importante é que as temperaturas sejam mantidas constantes em uma mesma adega, minimizando as variações de temperatura entre dia e noite. Alterações entre estações do ano são aceitáveis, desde que não excedam cerca de 5 graus centígrados. 
Temperaturas de serviço
Existe uma grande variedade de temperaturas de serviço quando se serve o vinho, que nada têm a ver com a temperatura de conservação. Esta tem um claro e único objectivo, proporcionar o ambiente natural para o bom desenvolvimento do vinho.
Por conseguinte deve-se respeitar as seguintes temperaturas:


Jovens do ano 10 a 12ºC
Novos 12 a 16ºC
Reservas e grandes reservas 16 a 18ºC
Brancos novos e Rosados 8 a 10ºC
Brancos Jovens e Champanhe 6 a 8ºC

Umidade do ar
A umidade do ar é fator tão importante quanto a temperatura. A umidade deve ser alta para que as rolhas permaneçam elásticas, vedando as garrafas. Daí a dificuldade de manterem-se adegas em apartamentos, por exemplo.
70% de umidade relativa do ar.Sossego
Os vinhos devem ficar em locais livres de movimentos, daí que geladeiras não são apropriadas para armazenar vinhos. Além do que o abrir e fechar causa mudanças de temperatura.

 

Luz
As garrafas devem ficar protegidas da luz. Se necessário, deve-se cobrí-las.
O que fazer para alcançar as condições de armazenagem?
Quem tiver sorte de contar com uma adega antiga, protegida da área externa, ao menos das diferenças entre dia e noite e ainda for local úmido, pode começar desde já armazenar o vinho.

Quem já não possui tanta sorte, pode adquirir os armários elétricos apropriados para a armazenagem de vinhos. Esses armários protegem o vinho dos movimentos, fornecem umidade e temperatura estável. No entanto, talvez essa escolha tenha que ser calculada. Quantos vinhos serão armazenados? Quantos armários serão necessários para 500 até 1.500 garrafas (é a quantidade que a maioria dos apreciadores ou conhecedores têm em seu poder)?  Qual o gasto total de energia? Talvez a construção de local apropriado seja um investimento menos dispendioso.

Cuidados especiais
É recomendável que se cubra a boca da garrafa, até onde está o selo do vinho, tornando-a protegida contra gases, insetos e envelhecimento da rolha.

Deitada ou em pé
Garrafas de vinho devem ser armazenadas deitadas. Assim garante-se que a rolha permanece molhada. Há estudos que comprovam que em ambientes de alta umidade do ar, a rolha permanece molhada mesmo se mantida em pé. Muitas vezes, as Champagner são armazenadas de pé, assim como Sherry, vinhos do Porto e Madeira. Dizem esses adeptos que, em função do gás presente nesses vinhos, a alta concentração de álcool pode causar prejuízos à rolha.
O termo "adega" tem o significado genérico de "lugar para a guarda de vinhos". Na falta de um local tecnicamente projetado com climatização artificial, a adega pode estar pode ser instalada em qualquer espaço, desde que tenha requisitos mínimos que permitam a boa conservação dos vinhos de guarda.

1. Escolha do local
-Numa casa ou apartamento, deve-se escolher o local mais frio (face sul), sem odores, arejado e com o mínimo de variação de temperatura (nunca superior a 18ºC)
-Prefira um local úmido ao seco
-Ele deve ser mantido na penumbra, para evitar a penetração de raios ultravioleta. 
2. Como guardar os vinhos
Guarde as garrafas na posição horizontal, para que o vinho permaneça em contato com a rolha - numa atmosfera seca e com as garrafas em pé, as rolhas perdem a elasticidade em pouco tempo, permitindo o indesejável contato direto do vinho com o oxigênio do ar.
Coloque as garrafas em garrafeiras modulares de plástico, madeira ou de metal. Existem vários modelos disponíveis no mercado, todos possibilitando o empilhamento vertical para acompanhar o crescimento da adega.
-A forma mais prática de armazenagem é a que ocupa o menor espaço e permite que as garrafas sejam manuseadas com facilidade e tenham livre circulação de ar. 


3. Como organizá-los Programas e fichas
-Para melhor localizar os vinhos na adega, faça fichas manuscritas ou feitas em programas de computador. Tais programas, além de fazerem o controle de localização, também sugerem datas ideais para que consumo dos vinhos (antes que ultrapassem a maturidade), fornecem informações técnicas e calculam o valor do inventário, de acordo com a movimentação.

Espaços vazios
-Nas adegas que têm todos os espaços preenchidos, a retirada de garrafas cria aleatoriamente espaços vazios. Rearrumar todas as garrafas continuamente consome tempo e perturba seu repouso necessário. A única maneira lógica e eficiente de preencher espaços que surgem é preenchê-los da mesma forma: em lugar de tentar manter juntas 6 ou 12 garrafas do mesmo vinho, é preferível distribuí-los onde houver espaços vazios, anotando de maneira metódica onde se encontram.


Capacidade
Não subestime a capacidade de sua adega. Ela deve ser dimensionada para uma quantidade de garrafas maior do que a inicialmente prevista (a experiência mostra que a primeira adega fica obsoleta em pouco tempo se não tiver pelo menos o dobro do tamanho originalmente planejado).


CONSERVANDO O VINHO JÁ ABERTO 

No caso de você abrir uma garrafa de vinho e não consumí-la toda, o que fazer para conservar o vinho?
Uma vez aberta a garrafa o vinho estará em contato constante com o oxigênio e seguramente irá oxidar-se em pouco tempo. Para protelar um pouco o problema, tampe a garrafa com a própria rolha, coloque-a na porta da geladeira e procure bebê-la em dois a três dias.
Uma outra solução é utilizar a "bomba de vácuo" ou "vacu-vin", em francês, ou "wine-saver", em inglês.

A bomba de vácuo

Trata-se uma pequena bomba que possui um êmbolo (semelhante ao de uma seringa de injeção) que se adapta à uma rolha especial de borracha, colocada na garrafa. Com movimentos de vai e vem do êmbolo, vai-se retirando o ar da garrafa, pois o aparelho possui uma válvula que permite a saída do ar por sucção, mas impede a sua entrada. Assim, depois de várias bombeadas, o êmbolo passa a movimentar-se com dificuldade, indicando que o ar da garrafa está saindo e quando tornar-se impossível movê-lo, o vácuo estará efetuado na garrafa. Desse modo, o vinho poderá ser conservado na porta da geladeira ou em local bem fresco, por muito tempo. No entanto, por esse sistema não se consegue um vácuo absoluto, sendo mais conveniente consumir o vinho em torno de um mês.

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