sábado, 16 de janeiro de 2010

Alsace


Um pedaço da Alemanha dentro da França. É assim que podemos traduzir o que se vê e o que se sente na Alsácia. A arquitetura, os pratos típicos, as festas, o vinho e a cerveja e até o sotaque dos alsacianos, dão a impressão de que são alemães falando em francês.

A Alsácia tem uma superfície de 8 280 km², sendo a menor região da França metropolitana. Seu comprimento é de aproximadamente quatro vezes sua largura, estendendo-se sobre umaplanície entre o rio Reno a leste e as montanhas dos Vosges a oeste.

Ela engloba os departamentos (départements) do Haut-Rhin (Alto Reno), ao sul, e Bas-Rhin (Baixo Reno), ao  norte. Tem fronteiras com a Alemanha ao norte e ao leste, com a Suíça e a região francesa de Franche-Comté ao sul e com a região francesa da Lorena (Lorraine) ao oeste.
Possui diversas florestas, principalmente nos Vosges e no Bas-Rhin (floresta de Haguenau). Diversos vales também embelezam a região. Seu ponto culminante é o Grandd Ballon, ou Ballon de guebwiller no Haut-Rhin, que culmina a 1424 m.

A Alsácia possui a constituição geológica mais complexa de todas as grandes regiões produtoras da França. As três principais áreas, baseado em sua estrutura e morfologia são: a borda de silício dos Vosges, as colinas de calcário e os solos de aluvião da planície. 

Os solos dos Vosges incluem colluvium (terras trazidas pelas chuvas que caem sobre as encostas), areia fértil sobre base de granito, solos de argila e pedras sobre xisto, solos férteis variados sobre rocha sedimentar de origem vulcânica e finalmente os solos pobres e leves, de areia sobre pedregulho arenoso. 
Nas colinas, encontramos solos pedregosos, marrons, alcalinos e secos, sobre base de calcário; solos marrons e arenosos sobre pedregulho arenoso e calcário; solos pesados e férteis sobre argila e calcário e solos alcalinos marrons sobre giz e marla. Nas planícies o solo de aluvião (trazido pelos rios) é composto de areia, argila e pedregulhos, além de um solo composto por um material poroso, marrom e pobre em cálcio, sobre o qual, em alguns lugares se deposita um escuro solo calcário.

Os vinhedos estão situados nas encostas do Vosges, com orientação leste, a altitudes relativamente elevadas, entre 180 a 360 metros, com inclinações que variam entre 25o nas encostas mais baixas e 65o nas mais elevadas. Os melhores vinhedos possuem uma orientação sul ou sudeste, porém existem excelentes propriedades nas encostas voltadas para o norte e nordeste. Na década de 70, o excesso de cultivo nas férteis regiões planas deram origem a problemas decorrentes da superprodução de uvas. Entretanto, alguns vinhedos destas regiões planas dão origem a vinhos de muito boa qualidade, devido à constituição favorável do solo.

A Alsácia tem um clima subcontinental com invernos frios e secos e verões quentes. Há pouca precipitação pluviométrica devido à proteção dos Vosges a oeste. A cidade de Colmar tem um microclima ensolarado: é a segunda cidade mais seca da França (depois de Perpignan), com uma precipitação anual de somente 550 mm, tornando-a ideal para o vinho da Alsacia (vin d'Alsace).
Situa-se na região nordeste, entre as cidades de Strasbourg, ao norte, e Moulhouse, ao sul, na fronteira com a Alemanha, da qual é separada pelo rio Reno (Rhin), que faz a divisa entre os dois países. É uma região muito peculiar, histórica e enologicamente, pois foi território alemão por várias vezes, nos séculos X, XVII, XIX e XX. 

Os vinhedos da Alsácia são protegidos plenamente da influência do Atlântico pelas Montanhas de Vosges, recebendo uma excepcional insolação, com baixíssima taxa de precipitação pluvial. Isto se deve ao fato das nuvens de chuva descarregarem seu conteúdo na face oeste dos Vosges, na medida em que vão alcançando maiores altitudes.

Ao contrário das outras regiões vinícolas da França, a Alsácia não possui uma classificação com divisões em sub-regiões ou locais de produção ("château", "climat", etc.) e só existe uma A.O.C. geral, Alsace.

Outra grande diferença é que os vinhos alsacianos em sua maioria absoluta são varietais, isto é, são elaborados com um só tipo de uva, com predomínio absoluto das brancas. A Pinot Noir é praticamente a única variedade tinta e dá bons tintos e rosés. Existem, ainda, outras poucas variedades não típicas da região como Chardonnay, Auxerrois e outras.

Viticultura e Vinificação

O sistema de condução dos vinhedos os mantém mais elevados, evitando a proximidade com o solo congelado na época da primavera. Habitualmente os vinhos são fermentados até o máximo consumo possível do açúcar, apesar de atualmente muitos vinhos não serem tão secos como costumavam ser, pois houve uma drástica redução na quantidade de uvas de cada colheita nos últimos dez anos, com o objetivo de se conseguir os elevados níveis de açúcar exigidos para a produção de vinhos "Vendage Tardive" e "Sélection de Grains Nobles".

As principais variedades de uvas cultivadas na Alsácia são as germânicas Riesling e Gewürztraminer, a francesa Pinot Gris e a exótica Moscatel, em suas quatro principais variedades, entre elas as Moscatel branca e rosé "à petit grains" e a Moscatel "otonell". Também encontramos a Sylvaner, a Pinot Noir, a Pinot Blanc, a Auxerrois e a Chasselas. Deve-se ressaltar que na Alsácia, a Gewürztraminer e a Pinot Gris (que é uma uva neutra em todas as outras regiões), assumem um caráter decididamente "spicy" (picante, pungente e com toques de especiarias).

Muito pouco vinho tinto, particularmente de Pinot Noir, é produzido na Alsácia, sendo brancos 90% dos vinhos produzidos na região. Tradicionalmente, a produção de vinhos na Alsácia é de vinhos brancos secos, bastante frutados, apesar dos vinhos produzidos c om a Gewürztraminer serem menos secos do que os produzidos com as demais varietais. Com a introdução dos vinhos "Vendage Tardive" e "Sélection de Grains Nobles" e com a deliberada redução das quantidades de uvas colhidas, buscando um maior teor de açúcar, mesmo os "cuvées" mais básicos acabaram se tornando muito ricos para a produção de um vinho verdadeiramente seco. Em vista disso, a tendência à produção de vinhos não verdadeiramente secos (off-dry) vem se espalhando para todas as outras varietais. 


Os Grand Crus da Alsácia
A legislação que instituiu os "grands crus" na Alsácia data de 1975, porém somente em 1983 é que surgiu a primeira relação de 25 vinhedos classificados como "grand cru". Três anos mais tarde, 25 novos vinhedos entraram na lista, totalizando 50 "grands crus", apesar deste número ser alvo de intensa controvérsia, não apenas por excluir um dos mais famosos e conceituados vinhedos da Alsácia, um verdadeiro e reconhecido "grand cru", o grandioso Kaefferkopf, em Ammerschwihr. 


Embora a longo prazo deva trazer benefícios aos consumidores, o fato da legislação restringir o uso da denominação "grand cru" aos vinhos 100% varietais das quatro principais uvas, a saber, Gewürztraminer, Riesling, Pinot Gris e Moscatel, certamente irá inibir o plantio e o desenvolvimento das outras varietais, privando o mercado de uma gama maior de vinhos de alta qualidade.



 Dados de produção da Alsace


 Variedades Tintas: 
Pinot noir (6,5%)



Variedades Brancas:   
Riesling (21%), 




Sylvaner (20%), 





Gewürztraminer (20%), 


Pinot Blanc (19%),




Tokay d’Alsace ou Pinot Gris (5%), 



Muscat (3%), 



Gutedel ou Chasselas (2,5%) 



Klevner ou Traminer (1%).


Principais Produtores

Domaine Zind-Humbretch,

Domaine Weinbach,

E.F.Trimbach,


Marcel Deiss,

Albert Mann,

Dopff au Moulin,

Hugel & Fils,

Kuentz-Bas,

Bruno Sorg,

Paul Blanck,

entre outros.

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